A arte do cerrado em Miami
02 nov 2018
Uma arte que retrata a influência do cerrado, das montanhas e cachoeiras. Assim podemos definir a obras de Karla Calaca, uma artista que nasceu em Brasília e viveu a maior parte de sua vida em Goiás. Por essa razão, em muitos trabalhos, a artista mostra uma grande influência do cerrado. Ela se mudou para a Flórida em 2001, onde o pluralismo cultural tem sido uma fonte de estudo e inspiração. Autodidata, suas técnicas são pintura a óleo e acrílico sobre tela, pastéis, aquarela e tem uma curiosidade incrível em utilizar novos materiais na exploração de pigmentos e texturas.
O processo criativo da artista consiste em transformar o imaginário em real, resultando em uma abordagem mais abstrata, mantendo ainda uma preocupação formal no processo de criação. Algumas de suas obras de arte retratam a percepção da vida refletindo suavidade e um toque eufórico. Outros estão representando a realização depois de muito trabalho, como a série “Harvest”. A espiritualidade e a gratidão pela natureza são instrumentos de Karla, na maioria das vezes, imperceptíveis e com uma interpretação diversa. “Minha arte é o espelho da alma. Basicamente, eu pinto o que sinto, o que capto das pessoas e lugares por onde vou, sentimentos ocultos, explosão e gratidão pela vida”, definiu.
Karla procura capturar momentos na vida e objetos das pessoas. “Quando comecei a pintar eu buscava a inspiração nos momentos rotineiros das pessoas. Com o tempo, estudos e amadurecimento nasceu o interesse mais profundo de descobrir o que não se vê, mas o que se sente, como nossa alma. O que realmente somos! Nossa alma é muito mais que sentimentos e emoções. A pintura é a melhor forma de se expressar com liberdade, entrando em contato com seu verdadeiro eu”.
Foi com esse pensamento de que a água não encontra resistência e segue seu curso natural que a artista criou a a serie The Three Lakes nasceu dessa ideia.
A relação com a arte começou ainda cedo. Ela vem de uma família com vários talentos, pai é músico e mãe artesã de primeira. “Eu sempre me encantei por esse mundo, mas acabei escolhendo outra profissão até me entregar a arte. A relação da arte é muito forte em minha vida, meu trabalho é puramente conectado com meus sentimentos. Não pinto o que vejo, mas o que sinto! E isso inclui a percepção das pessoas, da natureza e e essa relação com o universo”.
Para pintar, as técnicas mais utilizadas são: Mix-media, a variação e mistura de diferentes materiais, como acrílico, óleo, pastel, pigmentos, cimento, madeira, resina e entre muitos outros. Acrílico é uma das técnicas que são muito usadas nas telas da artista, pode ser usada em canvas, vinil, papel, madeira.
Ela também utiliza Resina sobre tela, misturada com tinta acrílica, ou pastel. “A resina tem um efeito brilhoso e pode ser aplicado em canvas e madeira. Pastel é uma das primeiras técnicas que aprendi. Com pastel a seco se cria várias formas, necessita usar um bom fixador e importante uma folha de excelente qualidade como de 200 ou 300 gramaturas. Quanto mais espesso o papel melhor a absorção”.
Ainda faz uso da Aquarela (water-color). Essa técnica de pintura com a qual os pigmentos se encontram dissolvidos em água resultando na transparência. “Geralmente se usa um papel mais espesso para melhor absorção”.
A artista alavancou os momentos mais marcantes em sua vida de artista relembrando a exposição que fez no Japão em 2017. Como marco, Karla relembrou desde as viagens para Londres e Japão, em 2017. “Muitas portas foram abertas. Este mês, estarei no Carrousel du Louvre, em Paris, novembro em Lisboa, dezembro na Spectrum e Red Dot em Miami na semana da Art Basel Miami.