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Fazendinha da Regina, comida mineira em Fort Lauderdale

Fazendinha da Regina, comida mineira em Fort Lauderdale
02 maio 2018

CAPA SOUTH FLORIDA 34

Quando a mineira Regina Kátia chegou na Flórida, em 1992, com Elizeu, seu marido, e um filho pequeno, Caio, foi dificil superar a saudade do Brasil.  A única forma de construir um pedacinho da terra natal em solo americano foi construir no fundo da casa um fogão a lenha. Hoje, o casal, Caio e Matthew, o filho mais novo que nasceu nos Estados Unidos, vivem numa casa própria, que foi tombada pelo patrimônio público dos EUA.  Mas é a herança da cultura brasileira que alimenta o corpo e a alma de muitos outros saudosos brasileiros na região de Miami. A brasileira conversou com a South Florida e compartilhou um pouco de sua história.

 

South Florida: como surgiu a ideia de abrir a fazendinha?

Regina Kátia: Quando viemos para USA eu sentia muitas saudades do Brasil, nunca estava feliz, o tempo foi passando, nos legalizamos, as criancas crescendo e vi que não podia mais voltar. O Elizeu ficava triste em me ver assim, infeliz e chorando pelos cantos. Em uma das minhas viagens ao Brasil eu via os fogões a lenha e me surgiu a vontade de ter um no meu quintal, então Fazendinha da Reginacomecamos a fazer eventos para a nossa igreja local e amigos, na época eu trabalhava para a escola Westminster Academy, dirigindo o ônibus escolar, e na cafeteria, cozinhava para 900 alunos, e comecei a sentir vontade de cozinhar para muita gente, então eu resolvi trazer o Brasil para mim.

Parece que a solidão e algo que acontece quando queremos fazer algo. Doi muito, a gente sem querer se afasta para realizar o sonho, mas a minha solidão trouxe alegria para muitos.. Eu tive de perseverar, chorei muito, ouvi criticas que me magoaram, criticas que me ajudaram, mas aprendi a viver assim, vivendo de uma maneira em que sou feliz agora, em poder compartilhar minha casa com pessoas que nunca vi, mas e como se as conhecesse a muito tempo.

 

 

Fazendinha da ReginaSF: Todo sábado, você recebe 60 ou 70 convidados na sua “Fazendinha” e tem uma lista de espera grande. Quando e por que resolveu abrir as portas da sua casa? 

RK: Começamos a fazer eventos com igreja e amigos em 2006, e em 2013 foi estabilizado, recebemos nossa 501 c3. Nos tornamos uma nonprofit organization, estadual e federal. Nós existimos com um propósito especifico para arrecadar fundos para Las Olas Worship Center, nossa igreja local, para a construção do prédio, missões e nossa comunidade local. Para isso acontecer, nos promovemos jantares, eventos sociais, multicultural exchanges, especificamente trazendo a comida brasileira e a nossa cultura.

 

SF: Como é abrir as portas de sua casa para tantos estranhos?

Me sinto lisonjeada! No início, eu tinha apenas as pessoas da igreja, amigos, mas queria cozinhar para muita gente, queria trazer Minas pra cFazendinha da Reginaá e que as pessoas sentissem o cheiro da lenha, do café passando, do pão de queijo, queria que eles matassem um pouquinho da saudade do Brasil. Então, ter pessoas na minha casa, que eu não conheco, é uma honra para mim.

SF:Quantas pessoas já visitaram a sua casa? Qual visita foi a mais emblemática? 

As pessoas viam no Facebook e pediam para vir, então eu resolvir anunciar por um tempo, para que outras pessoas viessem, não só um grupo fechado. Quando decidir anunciar, pessoas foram contra, dizendo que não era para eu gastar dinheiro com anúncios e achavam ruim eu receber estranhos na minha casa, mas eu não queria abrir a minha casa apenas para um grupo de pessoas e amigos, eu queria para todos.

 

Uma visita que amei, ela foi uma das primeiras a vir na Fazendinha, bem no comecinho, acho que foi em 2013,  a Zilu , eu a confundi com outra pessoa e foi muito engraçado.Outra pessoa que já veio aqui várias vezes, inclusive no último mês, foi o Master Sang, ele foi o treinador do ator Jackie Chan, do filme: Rush Hour 1, 2, 3 e agora ele vai fazer o numero 4.

Fazendinha da Regina

SF: Conte um pouco sobre o calendário que criou. 

RK: O Calendário é para levantar fundos. Sempre amei calendários, desde crianca, a cada mês para mim era uma surpresa ver as fotos de paisagens, animais, etc, e seria uma forma de lembrança da fazendinha, para dar de presente, algo paupável que as pessoas levam para se lembrarem de nós.

 

SF: Tem algo que queira acrescentar?

Fui criada com outros 6 irmãos, 5 mulheres e 1 homem, em uma fazendinha pertecente a Compania Café, no Vale do Aço, que ficava em uma floresta dentro das montanhas, um lugar lindo, com flores silvestres, beija-flor, horta, porcos, leite fresco de manhã, plantação de algodão, entre outras coisas. Tinhámos fogão a lenha do lado de fora da casa. A meia noite eu ouvia o sino tocar, era a

maneira das pessoas saberem as horas. E esse lugar me inspirou para fazer a Fazendinha.Todos se conheciam, meu Pai era respeitado, saíamos às vezes com ele para a vila à noite com pijamas de flanela: O Didico e suas filhas. Ele e minha mãe são os meus herói

s e minha inspiração.

Agradeço a Deus pelo meus filhos Caio and Matt, eles me ajudam todos os sábados, e Matt faz com toda paciência e carinho as reservas, sei que eles poderiam estar em outro lugar, mas eles escolheram estar aqui comigo. Agradeço aos meus ajudantes fiéis que incansávelnente me ajudam durante todo processo. Agradeço ao meu marido querido que realiza todos os meus sonhos, sem ele nada disso seria real.

 

Por Flávia Ferreira

 

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