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VOCÊ JÁ OUVIU FALAR SOBRE ESPORTES DA MENTE?

VOCÊ JÁ OUVIU FALAR SOBRE ESPORTES DA MENTE?
03 out 2019

E quem foi que disse que esporte envolve apenas esforço físico? Competições voltadas ao desenvolvimento do intelectual estimulam a concentração e o raciocínio. Chamados de “esportes da mente”, esse são capazes de ensinar diversos valores aos participantes, seja por meio de um tabuleiro ou cartas. O jogo intelectual exige também técnicas de memória muscular, coordenação e rapidez. Foi pensando nisso que em 2005 foi fundada a Associação Internacional de Esportes da Mente (IMSA), fazendo parte da Associação Geral das Federações Esportivas Internacionais. A Instituição é formada pelas Federações de xadrez, bridge, damas, go e poker.

  Para entender melhor sobre esse assunto, conversamos com Rafael Reis, atual campeão do maior evento de poker já realizado no estado da Flórida, com mais de cinco mil participantes. O profissional possui um acumulando de mais de quatro milhões de reais em prêmios, já esteve mais de 100 vezes na faixa de premiação (ITM), – o que o coloca na 12a posição em números de money entre todos brasileiros (107 ITMs) – e também já foi campeão oito vezes nos Estados Unidos, tendo já participando de 27 mesas finais (ou seja, entre os dez colocados do evento). 

   Segundo ele, o poker nada mais é do que um esporte que utiliza somente o seu conhecimento (cérebro) para competir, motivo este que o faz ser classificado como um esporte da mente. Para ele, o jogo, além de matemático, é de pessoas, onde todo o conhecimento sobre esse assunto será de extrema importância. 

   Com apenas cinco anos de carreira, mas já contando com inúmeras vitórias no currículo, Rafael acredita que seu grande diferencial é ter, além das técnicas do jogo, o conhecimento sobre o comportamento humano e seus desdobramentos mediante situações de pressão, euforia, confiança e medo – atitudes que podem ajudá-lo a obter uma melhor decisão na mesa.

Estudar as reações involuntárias do ser humano e detectar seus padrões, podem auxiliar em uma decisão.”, disse o jogador.

  Foi ao se mudar para os Estados Unidos, em 2014, que Rafael resolveu encarar o poker de maneira profissional. Enxergando no país as inúmeras oportunidades de fazer renda através do jogo, passou a se dedicar a estudar aquilo que, anteriormente, encarava apenas como hobby. Ele mergulhou no assunto e realizou inúmeros coaches com nomes importantes do esporte, como André Akkari, um de seus ídolos. Rafael se preparou muito para poder conquistar o que tem hoje.

  De acordo com o jogador, a matemática é um fator de extrema importância para quem quer levar o esporte a sério.

“Ela é a base de tudo. Você estuda a probabilidade das cartas que tem em mãos, em relação às cartas que o seu adversário supostamente possui conforme ele agiu. A partir disso, você irá colocá-lo em algumas combinações de mãos para aquele tipo de ação. Com isso, a análise que eu preciso ter é o quanto ele está apostando para o quanto eu tenho, e assim por diante.”, explicou Rafael.

  Para complementar as técnicas de jogo, o profissional acredita que outros fatores, como cuidado com a alimentação, meditação, exercícios físicos e sua religiosidade (parte espiritual), o ajudaram a conquistar todas as vitórias. Quando não está participando de torneios, ele dedica o seu tempo à estudos sobre o esporte e à sua preparação física e mental.

   Desde quando começou a levar o poker como profissão em 2015, Rafael passou a sustentar a sua família com o dinheiro que ganhava – hoje, a única renda familiar. O altíssimo valor acumulado em sua carreira, onde o seu prize money de torneios já ultrapassa os quatro milhões de reais, e em cash games já passaram a marca de um milhão de reais, é resultado de toda a sua dedicação e preparação.

  Quando perguntamos se ele não tem medo de viver do poker, ele responde:

“Eu estudo muito para ser o melhor. Podemos dizer que o poker está em torno de 15 e 20% de sorte, com 80 e 85 % de habilidade. Um exemplo simples para explicar é: eu posso ter o azar de receber cartas ruins, mas também, através das minhas habilidades, posso te convencer que estou com cartas boas na mão, fazendo você desistir da jogada. Eu faço acreditar que estou ganhando. Então, não é sorte. É habilidade.”, explicou ele.

   Ao observar todas as ações que são necessárias para a prática do poker, conseguimos entender melhor como funcionam os esportes da mente. A memória, atenção, concentração, capacidade de raciocínio e muitas outras funções fazem parte dessa modalidade, onde o cérebro é quem exerce o papel principal. Fazendo uma rápida análise, concluímos: treinar seu cérebro é tão importante quanto treinar seus músculos.

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