Resultado das eleições, o que pode mudar no congresso?
15 dez 2018
A América foi às urnas em novembro para as eleições de meio mandato (MidTerm), visando eleger os parlamentares do Congresso e Senado, bem como para votar nas proposições/projetos de leis (Ballots) que se forem aprovados pela população tornam-se leis.
O resultado pode ser encarado como um revés para o presidente Donald Trump, isso porque os democratas conquistaram 23 cadeiras a mais que os republicanos e serão maioria na Câmara após oito anos. No Senado, entretanto, os republicanos obtiveram a maioria, com 53 representantes. Foram eleitos ainda governadores em 36 dos 50 estados americanos.
Os democratas obtiveram importantes vitórias em estados como Flórida, Illinois, Virgínia e Colorado. Já os republicanos obtiveram vitórias relevantes no Texas, Indiana e Dakota do Norte.
O que deve mudar:
Analistas preveem que sem a maioria na Câmara, projetos de Trump como a construção de um muro ao longo da fronteira com o México e outros também polêmicos, dificilmente serão aprovados.
Os democratas ainda deverão tentar aprovar medidas populares como, por exemplo, o aumento do salário mínimo, essa e outras medidas serão vetadas pelo Senado de maioria republicana, mas farão com que os eleitores conheçam melhor a plataforma do partido que faz oposição a Trump.
Com o Congresso dividido, será difícil aprovar leis significativas e pode-se repetir o que ocorreu nos últimos anos do governo de Barack Obama, quando o então presidente não conseguia aprovar praticamente nada e teve que governar com decretos.
Os deputados democratas também devem incomodar o governo em pontos bem sensíveis, como irem mais afundo na questão da suposta influência da Rússia nas eleições de 2016 e na questão das declarações do imposto de renda do presidente, algo que Trump sempre resistiu em mostrar.
Mas nem tudo é motivo para lamentação para Trump, com a maioria no Senado, ele seguirá fazendo as nomeações para cargos no Executivo e no Judiciário.
Eleição de Recordes e novidades
48,9%, maior numero de eleitores desde 1966:
Em 1966 foram as urnas 49,1% perdendo apenas para eleição de 1914 onde 50.4% foram as urnas votar..
Mais mulheres no governo:
O número de mulheres eleitas para o Congresso foi recorde, chegando a 98 vagas, até então, o máximo de cadeiras ocupadas por elas tinha sido de 84. Em 2019 o número total de mulheres no congresso chegará a 128.
Muçulmanas e Indígenas:
Pela primeira vez, o Congresso contará com duas mulheres muçulmanas, Rashida Talib, de Michigan e EIlhan Omar, de Minnesota
Sharid Davids, do Kansas e Deb Haaland, do Novo México serão as primeiras indígenas eleitas ao Congresso.
A mais jovem:
A democrata Alexandria Ocasio-Cortez, de Nova York, tornou-se a mulher mais jovem a ser eleita para a Câmara dos EUA. Ela tem 29 anos e despontou ao derrotar o veterano Joe Crowley na primária democrata em NY.
Recontagem de votos na Florida
Na Florida a disputa para governador e senador, teve por força da lei a recontagem de votos pois a diferença foi menor de 0.5 ponto percentual. Para governador a diferença foi de 0.41% e para senador foi apenas 0.15%.
CONCLUSÃO DE RECONTAGEM:
Se na recontagem nenhum candidato atingi 50% dos votos válidos, um segundo turno é convocado para eleger o candidato.
Os ventos da mudança sopraram fortes na América e uma nova era pode estar se iniciando, garantem os especialistas