Orlando mais uma vez recebe um congresso médico de importância internacional, dessa vez, o Congresso da Associação Americana de Diabetes.
07 jul 2018
Esse que é o maior Congresso de Diabetes do mundo, reune milhares de endocrinologistas dos cinco continentes, com cinco dias de duração e apresenta novidades e orientações importantes para médicos e pacientes.
A tecnologia médica, com os dispositivos de monitoração da glicemia, a quantidade de açúcar no sangue tem destaque nesse evento,
Esses monitores, que podem ser adesivos ou mesmo um sensor colocado sob a pele, que “falam” com o celular do paciente, permitem o acompanhamento dos níveis de açúcar no sangue em tempo real e de forma contínua, fazendo com que o paciente ajuste sua dose de insulina de acordo com a necessidade.
Vários trabalhos científicos apresentados testavam a ligação desses aparelhos com as bombas de insulina, mostrando que o “pâncreas artificial” vem se tornando uma realidade próxima.
Outro foco de interesse são os trabalhos mostrando a importância da educação dos pacientes para o melhor controle do seu diabetes e dos fatores de risco para a doença cardiovascular. Essas ainda são metas que precisam ser alcançadas por um número maior de pacientes.
Uma pesquisa norte-americana mostrou que menos de 1 em cada seis diabéticos controla a pressão arterial, o nível de colesterol, A Hemoglobina Glicosilada A1 (um parâmetro importante para o gerenciamento do Diabetes) e o Tabagismo. Afinal os diabéticos morrem de infarto do coração e de acidentes vasculares cerebrais (AVC).
Quem é diabético tem o risco muito aumentado de sofrer de doença cardiovascular, e se os outros fatores de risco não estiverem sob controle as chances disso acontecer aumentam mais ainda. Outra tendência observada nesse congresso foi a participação também de cardiologistas, reforçando a necessidade da atuação conjunta das duas especialidades para prevenção de mortes precoces e sequelas que podem comprometer a qualidade de vida dos pacientes.
Os transplantes de Células Tronco continuam avançando, trazendo a promessa da reversão da necessidade das injeções de insulina.
Outro desafio compartilhado por quem cuida de diabetes em todo o mundo é o diagnóstico precoce da doença, lembrando que estamos falando de uma enfermidade que não traz sintomas, a não ser quando órgãos-alvo, como rins, olhos e artérias já estão comprometidos. No Brasil a estimativa feita pela Sociedade de Endocrinologia e Metabologia – SBEM – é de que 30% dos diabéticos não sabem que têm o problema.
Novas estratégias estão sendo desenvolvidas, com a utilização das Redes Sociais e treinamento via Internet para atingir cada vez mais populações de todas as idades e “tribos”.
Dr. Luís Fernando Correia