Associação entre Doença Periodontal e Doenças Sistêmicas
30 jan 2018
Não é segredo para ninguém que hoje em dia a expectativa de vida é muito mais longa que antigamente e o número de pessoas que ultrapassa a faixa dos 70 anos, só nos EUA, gira em torno de 35 milhões.
Isso significa que, apesar dos avanços na medicina moderna, doenças sistêmicas como diabetes, problemas respiratórios e problemas cardiovasculares (entre outros), tornam-se mais comuns em pacientes com idade mais avançada.
O que tenho observado de forma alarmante é a quantidade de pacientes com doença periodontal, também conhecida como periodontite, sem saber que possuem este problema e, pior, sem saber que esta é uma condição diretamente relacionada com doenças sistêmicas que podem ocorrer em todas as partes do corpo humano.
Se pararmos para pensar, a boca é talvez a maior porta de entrada do corpo e por ser revestida por mucosa, um tecido altamente vascularizado, tudo é rapidamente absorvido por ela e passa a circular na corrente sanguínea, incluindo bactérias e outros micróbios.
Aqui na América, estatísticas mostram que em torno de 47% da população acima de 30 anos, apresenta algum grau de periodontite, o que é um número altíssimo, muito próximo da metade do total de habitantes.
Muito embora a causa principal deste problema seja a placa bacteriana e o tártaro, que vão levar à inflamação dos tecidos que sustentam os dentes, fatores genéticos e hereditários também estão altamente associados.
Pacientes diabéticos ou com alguma condição cardíaca estão sob risco muito maior quando desenvolvem doença periodontal, podendo levar até mesmo a situações de óbito. Estes pacientes apresentam um número muito mais elevado de bactérias em suas bocas correndo o risco também de aspirá-las e desenvolver infecções respiratórias. Outros problemas como artrite reumatoide e bebês nascendo muito abaixo do peso, também são regularmente associados à periodontite.
Há também a predisposição à perda dentária, uma vez que com esta condição os tecidos que sustentam os dentes são comprometidos, fazendo com que eles amoleçam e caiam. Estes tipos de tratamento para recompor perdas dentárias podem se tornar caros, complexos e demorados.
A boa notícia é que com prevenção e visitas regulares a um dentista sério e atento, conseguimos prevenir, tratar e controlar o problema. Raspagens profundas, tratamentos a laser, uso de antibióticos locais e manutenções periódicas são extremamente importantes para diminuir as consequências. Percebo, muitas vezes que pacientes nunca passaram por exames periodontais e se surpreendem quando recebem o diagnóstico pois o problema pode ser silencioso. Hoje em dia mesmo se houver perda dentária, conseguimos regenerar estruturas ósseas e tratar as perdas com implantes, porem o ideal é não deixar chegar a este ponto.
O melhor caminho é sempre buscar tratamentos preventivos e seguir as orientações de seu dentista, seja no consultório ou em casa durante sua rotina de higienização diária. Desta forma conseguiremos uma vida mais longa, com boca e corpo saudáveis para que possamos desfrutar de nossas famílias e prazeres da vida.
Até a próxima!
Dr Gustavo