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A MARÉ VERMELHA

A MARÉ VERMELHA
24 ago 2018

CAPA BRAZILUSA SWFLORIDA ED 22Verão, sinônimo de férias escolares, passeios e para muitos de nós, floridianos, praia. Infelizmente este ano nosso verão não foi tão aproveitado como os anteriores, devido ao perigoso fenômeno chamado “RED TIDE” ou Maré Vermelha. A contaminação das águas de nossa costa e canais tem sido divulgada abundantemente pela mídia, tristes fotos e vídeos da grande mortalidade de fauna marinha viralizaram as redes sociais. Contudo, este efeito não afeta somente nosso lazer e gastronomia, mas possui um impacto forte na economia e ecossistema. Afinal o que é e quais as causas da Maré Vermelha?
O fenômeno da Maré Vermelha não é recente, pode se datar que ele ocorre ao menos desde os anos 1500, devido a relatos de navegadores Espanhóis são grandes quantidades de peixes mortos nas costas americanas.
A causa deste efeito é o crescimento explosivo de uma alga microscópica devido ao aumento substancial de nutrientes de que elas se alimentam nos oceanos. Várias espécies de algas apresentam este crescimento em determinados períodos do ano, contudo algumas são extremamente toxicas e “roubam” o oxigênio da água em seu processo de reprodução causando esta enorme mortandade de peixes, mamíferos marinhos e aves que estamos vislumbrando.
Muitas destas algas microscópicas possuem uma coloração vermelha de onde se vem o nome deste fenômeno.
A “Red Tide “é um fenômeno mundial e ocorre praticamente todos os anos em pequenas proporções, contudo este ano está ocorrendo a maior explosão demográfica deste microorganismo registrado na última década, e os cientistas estimam que ele vai se estender até 2019.
Vale ressaltar que o agravamento este ano foi a existência de dois eventos: Red Tide e algae blooms, eles têm fontes diferentes.

Como a Maré vermelha afeta os humanos
As toxinas emitidas pela alga afeta principalmente o sistema respiratório, existem relatos de pessoas que apresentaram sintomas de tosse e irritação nos olhos somente ao caminhar pela costa próxima a uma grande concentração destes organismos, isso o corre porque o vento carrega as toxinas emanadas por eles. Outro perigo é o consumo de mariscos contaminados, que quando ingeridos causam sérios problemas neurológicos e infecções.
Inúmeros são os relatos de pessoas que ousaram entrar no mar neste verão e sofreram de fortes irritações na pele, olhos e problemas respiratórios, portanto ficar longe é a melhor opção.

A ECONOMIA
Obviamente um fenômeno desta proporção causando esta enorme mortandade de peixes e mamíferos marinhos acarreta em um forte impacto para a economia da Flórida. As praias deixam de ser atrativas diminuindo o turismo, o Mercado de pesca paralisou, causando enorme prejuízo para restaurantes e comerciantes do ramo. Estima-se um prejuízo anual de $4.5 bilhões na área de turismo somente em Lee e Collier County.

Tem algum responsável por isso?
Em reunião de parlamentares em Tampa no mês de Agosto, o governador da Florida Rick Scott tentou culpar o congresso pelo problema ambiental do estado alegando que ele não recebeu a liberação da verba prometida para projetos de meio ambiente.
Mas o senador Bill Nelson rebateu Scott dizendo: “O estado da Flórida é responsável pela qualidade da água. Você desmantelou os órgãos ambientais para ter sua autoridade reguladora, e agora tem escoamento, vazamentos de fossas sépticas, e excesso de nutrientes nos cursos das águas da Florida”.
Provavelmente Bill Nelson citou o descaso e se referiu principalmente a lei que o governo Scott assinou que aboliu a inspeção periódica de vazamentos de fossas sépticas e excesso de nutrientes e isso faz com que as algas cresçam, trazendo terríveis problemas ambientais.

HUURICANE PODE SER UMA DAS SOLUÇÕES
Segundo o cientista Vincent Lovko, alguns estudos estão sendo feitos e providências a caminho. Um furacão pode ser uma maneira de se livrar da maré vermelha,
“Qualquer sistema climático que agite significativamente a coluna de água e empurre a água para longe da costa pode ajudar a dispersar as células, potencialmente acabando com a proliferação se elas não forem capazes de se reagrupar”, disse Lovko.
Colaborador: Alexandre Vieira

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