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SERÁ QUE VIM PARA O LUGAR CERTO?

SERÁ QUE VIM PARA O LUGAR CERTO?
25 mar 2019

Há um pastor ou pastora neste momento perguntando-se… “Será que vim para o lugar certo e que ouvi corretamente a voz de Deus?” Esses e outros questionamentos semelhantes são muito comuns a nós que viemos pastorear em solo estrangeiro. Logo, por necessidade e sobrevivência, nós nos envolvemos com um tanto de atividades que nos deixam exaustos e que, por natureza, não tem nada a ver com os propósitos que tínhamos antes de virmos. Essa “vida paralela” do pastor certamente nos leva a crer que provavelmente estamos fazendo o que não deveríamos, ou que estamos no lugar errado.
Ao crermos na soberana vontade de Deus precisamos crer que o nosso Deus não erra. Felizmente Ele mesmo nos faz saber se o chamado que cada pastor e pastora tem para um determinado local e período de tempo é autêntico. Primeiro, é necessário que esse servo de Deus tenha uma vida de oração e intimidade com o Pai, para assim ter discernimento. Segundo, como geralmente os pastores são casados, é necessário que o casal esteja em comum acordo sobre o chamado de Deus. A não concordância do casal já pode ser um indicativo de uma negação do Senhor. Terceiro, sempre é muito bom que o chamado de Deus seja confirmado através da companhia de um amigo, de um outro servo companheiro que nos acompanham em momentos de grande dúvida.
Sofrimentos, dúvidas, resultados frustrantes e outros reveses não significam um não de Deus. Um pastor estar limpando um banheiro sujo de um hotel de baixa qualidade, ou dirigindo um Uber altas horas da madrugada, ou mesmo carregando tijolos debaixo do sol escaldante simplesmente significa que Deus, cujo Filho nasceu numa manjedoura e carregou uma cruz por nós, está nos ensinando lições que talvez não tenhamos aprendido no conforto do nosso país onde o nosso título pastoral era respeitado. No mínimo Deus está nos ensinando algo sobre o povo a quem pastoreamos nessa terra. Todas as nossas ovelhas em potencial nesse lugar, também lá na Pátria amada, tiveram um título, uma posição de honra, uma identidade respeitada. Porém, aqui enfrentam constantemente um “rebaixamento” e um tipo de humilhação que também lhes provoca crises profundas de identidade e, para tantos, até desespero. Jesus foi chamado de “o Nazareno”, isto é, de um lugar desprezado na Palestina do seu tempo, e era reputado como “carpinteiro”, profissão humilde e de promissão modesta. Para sermos aprovados por Deus a fim de trabalharmos com o Seu próprio povo imigrante, passamos pela lição de “aprendermos com quantos paus se faz uma canoa”.
É de impressionar o gigantesco número de pessoas que desejam ser pastor ou pastora nos Estados Unidos e, especialmente, na linda e atrativa Orlando. Digno de nota também é a quantidade dos que logo desistem do “chamado” pastoral nessa terra. É necessário, assim, que olhemos para essa vocação pastoral dentro da perspectiva de Jesus e entendamos que o seu sucesso não veio isento do fato de que Ele “…embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem…” (Hebreus 5.8,9).

Wesley Galvão Porto

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