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CHEGAMOS ATÉ AQUI E NÃO VAMOS DESISTIR!

CHEGAMOS ATÉ AQUI E NÃO VAMOS DESISTIR!
03 dez 2018

BRAZILUSA ORLANDO 94 CAPAConversando com uma mãe recém-chegada em Orlando, percebi a frustração e tristeza que a mudança pra outro país traz.
Quando eu me mudei pra cá, era diferente. Eu era solteira, sozinha e se desse certo okay, se não desse, era fácil arrumar as malas e voltar pra casa.
Eu e um sonho. Só…
Hoje vejo mães vindo com com seus filhos no colo, sofrendo muito por ter de se adaptar ao idioma, a rotina diferente, a nova cultura.
O desapontamento faz com que o casamento fique mais difícil… Daí começam as crises e as brigas porque o marido trabalha o tempo todo e quando está em casa quer sossego e descanso. Mas… E a gente? A gente não vê a hora de sair, caminhar e olhar as pessoas na rua, andar a toa mesmo. Só para espairecer! Cansa ser mãe, esposa, filha, empreendedora e além de tudo, cuidar das crianças, da casa, da comida, da educação e futuro de todos. A preocupação que não cessa nunca em arrumar alguma maneira de ajudar a trazer dinheiro para casa.
Uma conversa que não seja sobre filhos e sobre comida já é um avanço! Uma conversa de adulto é um bálsamo.
Ah a solidão… Sim, aqui somos sozinhos.
Lá no Brasil vestíamos salto alto, nos maquiávamos, ganhávamos nosso dinheiro… Tinha café na vizinha depois do trabalho… E sábado era dia de fazer o pé, a mão e o cabelo. E todo final de semana tinha churrasco na casa de algum parente ou amigo! Nossos filhos ficavam na casa da avó para podermos ter um momento em casal… E a mesa estava sempre cheia com a família toda reunida no aniversário de alguém especial.
Aqui não existe nada disso, infelizmente!
A calça de ginástica preta e o chinelo são indispensáveis. É como se fosse um uniforme das mães brasileiras. Salto alto só na igreja e olhe lá! Café ? Que jeito? Ninguém tem tempo! Olha, eu já passei por tudo isso e garanto que também passará para vocês. Só não desistam.
Se você já chegou até aqui não desanime!
O grupo “Mães em Orlando” e esse espaço aqui na revista foram criados para isso: para uma mãe apoiar a outra!
A Andrea sabendo de tudo isso e sentindo na pele a saudade do filho, tentando todos os dias se manter em pé, lutando com todas as forças pra vencer nessa terra de gigantes, me cedeu esse espaço mais que especial para podermos nos unir e achar ânimo em momentos que são mais difíceis.
Estamos juntas, então vamos escrever a nossa história nesse país.
Andrea, família, você me surpreende todos os dias. Sei amiga que não foi por acaso que você veio parar aqui e creio que não é por acaso que você tem esse brilho louco e esse sorriso lindo!
Eu amo você.
VENCEREMOS!
E segue o baile…Sempre com muita garra, fé, esperança e caridade.

Beijo tigresas, eu amo vocês.
Nas próximas edições, trarei algumas dicas de passeios, vacinas e ideias para fazermos com nossos pequenos. Afinal de contas, ser mãe na América, não é para qualquer uma!

Lisa Camargo

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