A importância da Vitamina D para saúde humana
14 abr 2018
Apesar da nomenclatura tão popular “vitamina”, esta substância em sua forma ativa foi reconhecida como um hormônio esteroide que compõe o sistema endocrinológico da Vitamina D (moléculas do grupo Vitamina D, proteína ligadora da Vitamina D e Proteína receptora da Vitamina D).
Por que ela é importante para o bom funcionamento do organismo?
O conhecimento mais clássico sobre a importância desta substância em nosso organismo é sobre o metabolismo ósseo (sua presença promove absorção de cálcio e, portanto previne a osteoporose e o raquitismo, promove o crescimento em crianças e adolescentes). Entretanto, recentes descobertas tem verificado seu papel no sistema imune, controle da pressão arterial, anti-carcinogênico, melhora da capacidade reprodutiva e prevenção de abortos, metabolismo da glicose e obesidade.
A deficiência de Vitamina D (hipovitaminose D) tem sido considerada um problema de saúde pública no mundo inteiro. Fatores ambientais como uma exposição solar menor na rotina das populações e o excesso de gordura corporal, no mundo inteiro tem sido uns dos fatores apontados como causa básica desta epidemia. A etiologia desta epidemia é complexa e envolve inclusive fatores genéticos e alterações intergeracionais. Muitos estudos científicos têm sido desenvolvidos para compreender o real papel da Vitamina D nestes processos e consideramos ainda controversos os resultados em algumas situações.
O que a ciência tem descoberto sobre a Vitamina D e diversas alterações metabólicas?
Alguns estudos demonstraram que indivíduos com baixos níveis de Vitamina D apresentam maior propensão para desenvolvimento de Diabetes melito Tipo 2, sugerindo melhoras nos níveis sanguíneos de glicose em indivíduos com deficiência de Vitamina D quando estes recebem suplementos e corrigem a deficiência desta vitamina.
Na obesidade, os estudos científicos demonstram que quanto maior a quantidade de gordura corporal, menores os níveis de Vitamina D. No entanto, esta associação parece estar mais ligada ao fato da Vitamina D ser solúvel em gordura, o que levaria a sua deposição nas células gordurosas, tornando-a menos disponível no sangue. Este “sequestro” da Vitamina D no sangue e sua “guarda” no tecido adiposo faria com que o organismo reagisse levando a uma cascata de reações que aumentariam a sensação de fome e redução do gasto energético.
Na hipertensão, estudos populacionais têm demonstrado que quanto menor o nível de Vitamina D no sangue, maiores poderiam ser os níveis de pressão arterial. Outros estudos encontraram associação entre níveis baixos de vitamina D e maior risco para desenvolvimento de infarto do miocárdio.
Quais as melhores fontes de Vitamina D?
Somente 10 a 20% da Vitamina D necessária para um bom funcionamento do organismo provêm da dieta. As principais fontes seriam os peixes gordurosos (atum, salmão, bacalhau, sardinhas) e ovos.
A exposição ao Sol é a responsável pela maior parte da Vitamina D que será sintetizada em nosso organismo (80 a 90%). O metabolismo desta Vitamina tem início na pele através da exposição aos raios UVB (estão menos presentes no inverno).
Mas como saber quanto tempo de exposição ao Sol seria suficiente para obter a quantidade necessária de Vitamina D? Esta é uma questão um pouco difícil, pois a síntese da Vitamina D é diferente para cada tipo de pessoa, depende do local onde reside (latitude, meio urbano ou rural, grau de poluição ambiental), estação do ano (inverno ou verão), cor da pele (quanto mais escura a pele, menor a síntese de Vitamina D e maior o tempo de exposição ao sol será necessário), hábitos alimentares, estilo de vida e condições de nutrição e saúde (nível de atividade física, quantidade de gordura corporal).
A orientação geral, considerando todos estes fatores é que para prevenção da hipovitaminose D as pessoas devem buscar exposição à Luz Solar de forma moderada, mas com pelo menos 25% da superfície do corpo (pernas e braços) exposta ao SOL por 15 minutos diários (pessoas de pele clara), variando até 1 hora para pessoas de pele muito escura. Esta ação promoveria síntese média de 1.000 UI de Vitamina D. Uma forma de alcançar esta medida de exposição solar seria através da prática de atividades físicas ou recreacionais em ambientes abertos de 2 a 3 vezes por semana.
A redução da gordura corporal através de tratamento nutricional é um fator muito importante para as pessoas com excesso de peso, pois a redução de gordura corporal por si só já reduz o risco de “sequestro” da Vitamina D pelas células gordurosas.
Quando devo suplementar? Quais os riscos do uso sem orientação de profissional especializado?
A suplementação da Vitamina D de forma ampla para população geral, não é recomendada. Cada pessoa necessita medir adequadamente seu nível de Vitamina D (25(OHD)). Se a deficiência ou insuficiência for diagnosticada por profissional especializado (médico ou nutricionista), o suplemento será prescrito.
O risco da utilização deste suplemento sem orientação profissional adequada é que níveis elevados de vitamina D podem levar a hipercalcificação dos tecidos, sobrecarga renal e outras complicações clínicas, oriundas não somente de seu excesso, como também pelo desequilíbrio de outros sistemas dependentes desta vitamina.
Pollyanna Patriota – Doutora em Nutrição.