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Praticando o desapego

Praticando o desapego
01 mar 2018

E aí mulherada bonita da terra do Mickey, tudo bem?

Salve salve o mês de março!

Esse mês, a coluna está um pouco diferente. Vou compartilhar com vocês uma experiência nova e que está mexendo muito comigo.
Nós, mulheres, somos extremamente cuidadosas com o que é nosso, sendo assim, o que sai do nosso controle ou da nossa zona de conforto nos assusta.

Duas semanas atrás, muito cansada e sem conseguir coordenar minha vida, eu percebi que tinha jeito: Teria de colocar TJ no daycare. Mas como assim? Meu bebezinho de quase dois anos, sozinho, no meio de um monte de criança que eu não conheço que eu não sei quem são, em uma escola cheia de professores que não vão dar a atenção que ele precisa. E se ele chorar? E se ele chorar e o nariz escorrer? E se ele chorar, o nariz escorrer e ele precisar de um abraço apertado(meu, claro)?

Lágrimas escorreram do meu rosto.

A paranóia já começara sem eu perceber…

Mas Ok, são 9 anos trocando fraldas, limpando nariz de criança melequenta… As minhas adoráveis crianças melequentas. São 9 anos gritando: “Não come comida do chao!”; “Não bebe a água da cachorra!”; “Não sobe no armário da cozinha!”; “Cuidadoooooooo com a rua!”; “Já comeu? Tem de comer. Come Tudo…”

Sempre atrasada para escola. Três crianças pra arrumar e uma vida de correria.

Eu digo para as minhas amigas, que o meu banheiro parece uma rodoviária, é um entra e sai de gente que não para.

A minha casa não é diferente da sua, querida leitora. Estamos todas no mesmo barco, remando por um futuro melhor.

Ok, me olhando no espelho percebi que envelheci.

As rugas e as olheiras estão no lugar da pele fresca e o cansaço tomou um lugar especial nesse corpinho.

Levantei na Segunda decidida a mudar de vida.

Cheguei na escola da Emma (minha filha do meio) e perguntei assim, como quem não quer nada, se havia uma vaga para o Tj na creche da escola (torcendo para um redondo e sonoro não, com a consciência tranquila assim eu poderia volta pra minha vidinha em paz, afinal eu tentei…) Mas, Mrs Alexander respondeu: “- Sim, temos. Duas vezes por semana, às terças e quintas.”

Oh meu Deus, ela disse que sim. E agora?

Agora nada, enfrentemos o medo de desapegar dos nossos filhos.

Eles crescem a gente querendo ou não.

Chegou a minha vez de desapegar.

Hoje, pela primeira vez em 9 anos, estou tomando um café sozinha, às 9:36 da manha, sem gritos, sem me preocupar com a sujeira no chão. Só eu, meu notebook e um Caffe Mocha quentinho… Todo meu!

Se eu sinto falta dos meus filhos? Claro que sim! Mas estou bem: Sem culpa, sem tristeza e com orgulho de mim mesma.

Eu venci o medo da solidão da casa vazia.

Eles estão crescendo e eu também.

Obrigado por me ouvirem. Acreditem: compartilhar isso, me faz um bem danado!

Até mês que vem.

Lisa Camargo.

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